quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Basta tirar o carboidrato da dieta?


Existe uma máxima entre low carb dieters: tire o carbo, o que sobrar é realmente seu. Essa frase é justificada pela perda hídrica e facilitação para oxidação de gordura. Dessa forma, certamente, não terá volume ilusório à base de retenção líquida e gordura corporal, que apenas preenche suas camisas polos, porém despido, a informação visual não é agradável. Todavia, engana-se quem pensa que é somente reduzir o carboidrato da dieta deliberadamente. Sem planejamento, você favorece: constipação, menor adesão, perda de massa muscular, adaptação metabólica e efeito rebote.
Julgo ser essencial o cuidado na fase posterior à restrição, pois quanto maior a redução de carboidrato na dieta, maior deve ser a atenção no período de manutenção em relação ao aumento de calorias. Tendo em vista que a restrição glicídica por várias semanas incapacita por um curto período de tempo o organismo de utilizar carboidrato como combustível. Isso acontece devido a uma baixa ativação das enzimas glicolíticas, por este motivo recomenda-se cautela no aumento do consumo de carboidrato a fim de evitar resposta exacerbada do organismo (importante elevação da insulina -> aumento na retenção hídrica -> acúmulo de gordura corporal). Em razão da progressão imediata de período very low carb para uma ingestão padrão de carboidrato, ocorre um efeito rebote com aumento expressivo do peso corporal em consequência de glicogênio, água e gordura.
Os indivíduos com experiência em dietas restritas em glicídios têm conhecimento sobre a necessidade de menor quantidade de CHO para um carb up em comparação com dietas restritas em gordura, por exemplo. Justamente para evitar o “transbordamento” em resposta ao alto consumo de carboidrato. Da mesma forma que necessita-se de tempo para estar cetoadaptado, também precisa de um período para se readaptar à utilização de glicose como combustível. O aumento gradual no consumo de glicídios é uma recomendação antiga a exemplo das diretrizes da Dieta Atkins, que inicia com restrição severa até uma reintrodução cautelosa das fontes de hidratos de carbono.
De qualquer maneira, o período de manutenção após perda de peso precisa de um grande cuidado independentemente da estratégia nutricional. Pois, conquistar um resultado é mais fácil que mantê-lo. Porém, quando se fala em low carb, deve-se estar atento ao planejamento porque existem distorções quanto a proporção de macronutrientes, quantidade exata de carboidrato, protocolos LCHF, LCHP, KETO... Então, não é simples.

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