quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Análise de suplemento: CLA



CLA = Ácido linoléico conjugado 

 O ácido linoléico é um ácido graxo essencial. Ácidos graxos essenciais são gorduras que o corpo necessita obter para se manter saudável. Fontes alimentares: carne bovina e laticínios. O termo "conjugado" refere-se ao tipo de ligação entre moléculas.

ANVISA: " (...) com o intuito de proteger e promover a saúde da população, o CLA não pode ser comercializado no Brasil, como alimento ou ingrediente, até que os requisitos legais, que exigem a comprovação de sua segurança de uso, sejam completamente atendidos."

ANVISA: " (...) estudos apresentam resultados controversos quanto à segurança da suplementação do CLA, tendo sido relatados em inúmeras oportunidades: (a) alterações negativas no perfil de lipídeos plasmáticos, com aumento dos níveis de LDL e triglicerídeos totais e redução dos níveis de HDL; (b) alterações negativas no metabolismo da glicose e insulina, com aumento da resistência à insulina em indivíduos com diabetes tipo 2 e obesidade; (c) aumento de marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo, especialmente de isoprostanos; e (d) redução na quantidade de gordura no leite materno 15-25 ."

ANVISA: "Nos processos avaliados, muitas empresas descreveram que a finalidade da suplementação de CLA ou da sua adição em alimentos é fornecer ácidos graxos poliinsaturados essenciais ômega 6, com uma recomendação diária de consumo em torno de 3,5g/dia. A Resolução RDC n. 360/20035 , que aprovou o regulamento técnico sobre rotulagem nutricional obrigatória, traz as seguintes definições de gorduras poliinsaturadas e trans: “2.7.3. Gorduras poli-insaturadas: são os triglicerídeos que contém ácidos graxos com duplas ligações cis-cis separadas por grupo metileno, expressos como ácidos graxos livres.” Agência Nacional de Vigilância Sanitária Gerência Geral de Alimentos Gerência de Produtos Especiais 3 “2.7.4. Gorduras trans: são os triglicerídeos que contém ácidos graxos insaturados com uma ou mais dupla ligação trans, expressos como ácidos graxos livres.” A partir dessas definições, verifica-se que, legalmente, o CLA é considerado uma gordura trans e não pode ser enquadrado como uma gordura poli-insaturada devido à presença de duplas ligações na configuração trans e pelo fato das duplas ligações não serem separadas por um grupo metileno. Do ponto de vista técnico, existem diversos sistemas para nomenclatura de ácidos graxos. O sistema n, também conhecido como sistema ômega, faz referência à posição da dupla ligação do ácido graxo que esteja mais próxima do grupo metil terminal, tais como n-9, n-6 e n-3. Esse sistema é aplicável somente a ácidos graxos insaturados com dupla ligação na configuração cis e a ácidos graxos poli-insaturados com dupla ligação na configuração cis separadas por um grupo metileno 6 . Assim, o CLA também não pode ser considerado um ácido graxo poli-insaturado ômega 6, pois esse sistema de classificação não se aplica a ácidos graxos com suas características estruturais. Além disso, nenhuma evidência científica que respalde a afirmação de que o CLA é essencial para o organismo humano foi apresentada pelos interessados. Conclui-se, portanto, que tal finalidade de uso é incoerente do ponto de vista legal, técnico e científico e não possui uma relação clara e adequada com a recomendação diária de consumo de CLA."

Conclusão de artigo (ÁCIDO LINOLEICO CONJUGADO (CLA) E EXERCÍCIO FÍSICO - LEAL et al, 2014): Partindo dos objetivos e da complexidade da pesquisa, pode-se concluir através de dados coletados em estudos in vivo e in vitro analisados na pesquisa, que o CLA quando utilizado em doses recomendadas em conjunto com o exercício físico a longo prazo, desempenha funções benéficas para a composição corporal. Observou-se também que o mesmo está atualmente sendo utilizado em diferentes doses, apontando o efeito benéfico, porém com prejuízos a saúde do indivíduo. Infelizmente, não existe um método estabelecido para a realização dos estudos. Assim, muitas dúvidas ainda permanecem com relação aos reais efeitos do CLA na modificação da composição corporal em humanos. Faz-se necessário o desenvolvimento de mais pesquisas que, entre outras coisas, avaliem a recomendação necessária. Com isso será possível avaliar melhor os efeitos desses ácidos graxos no metabolismo energético em humanos, para que então possam ser usados com segurança e eficiência nas prescrições relacionadas à melhoria da composição corporal e como agente antiobesidade.

Pouca evidência para apoiar a eficácia. Portanto, não vale o investimento nesse suplemento até o momento. Necessita-se de mais estudos com humanos para saber sobre o efeito na perda de gordura corporal e segurança na utilização. 


FONTE: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/388729/Informe+T%C3%A9cnico+n%C2%BA+23%2C+de+17+de+abril+de+2007/8f8acebd-5d30-40c5-8000-1c8740d13fc1 https://www.researchgate.net/publication/304215589_ACIDO_LINOLEICO_CONJUGADO_CLA_E_EXERCICIO_FISICO

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