terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Low carb & stress

Discute-se sobre uma associação entre dietas baixas em carboidrato e estresse. O argumento  se  baseia  pela  secreção  exacerbada  de  cortisol  em  consequência  da baixa  glicemia.  Entretanto,  o  processo  de  manutenção  da  glicemia  em  níveis  ideais em  uma  restrição  de  carboidrato  se  dá  por  meio  da  gliconeogênese.  A  ativação  da gliconeogênese  é  estimulada  pelo  glucagon  e  epinefrina  que  têm  como  limiar aproximadamente  67  mg/dl  de  glicose  plasmática,  enquanto  o  cortisol  tem  um  limiar em  torno  de  55  mg/dl.  Com  isso,  existe  uma  hierarquia  na  resposta  dos  fatores  que contrabalanceiam  a  ameaça  de  hipoglicemia.  Dessa  maneira,  deduz-se  que  durante, por exemplo, uma  dieta cetogênica (DC)  não  há  um  estímulo  direto  pelo  cortisol  exceto  quando  os  níveis  de  glicose no  sangue  estejam  muito  baixos,  o  que  poderia  causar  sintomas  hipoglicêmicos.

Os  relatos  de  hipoglicemia  em  uma  DC  são  raros  e  estão  relacionados  a  protocolos adotados  para  epilepsia,  principalmente,  por  causa  do  uso  de  período  de  jejum prolongado  e  quantidade  muito  baixa  de  proteína  na  dieta. (MITRAKOU,  1991) (OBER,  1997) (O’HEARN,  2012) .

Ao analisar essa associação de uma outra forma, podemos concluir que em  casos  de  indivíduos  inaptos  a  seguir  uma  DC talvez  possa  resultar  em  um estresse  decorrente  do  desejo  incontrolável  por  alimentos  ricos  em  hidratos  de carbono.  Por  esse  motivo,  precisa-se  que  o  nutricionista  analise  a  aptidão  do paciente  ao  planejamento  nutricional  a  ser  adotado,  com  o  intuito  de  que  esteja  em conformidade  com  as  preferências  alimentares  relatadas, condições metabólicas e psicológicas.  Pois,  dessa  maneira, evita-se  um  estresse  desnecessário  por  causa  de  uma  estratégia  nutricional inadequada  ao  paciente.

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